15.9.10

coisas, recortes e poesias - parte I

tenho mania de escrever em uns caderninhos que funcionam como diário.. cada um p um assunto diferente.. 

tem um q eu comecei a usar na alemanha, ele tem palavras e expressões em alemão, receitas de comida rápida (haha), e coisas sobre arquitetura, história, etc.. tem um outro q eu uso p rezar.. kkkk... esse tem passagens bíblicas, coisas q me marcaram e outras q pe george fala e eu nao quero esquecer de jeito nenhum.. anoto pois nao confio muito na minha memória..

na verdade, nao lembro pq estou escrevendo aqui sobre esses diários.. rsrs.. tá vendo q essa minha memória não é digna de confiança!? bem q eu avisei... =P

---------------------------

(cerca de 20 minutos depois) 

---------------------------

lembrei.. kkkkkkkkkkkk 

Isso tudo era p dizer q agora tenho tb um diário virtual.. não, não é este blog! Esse tá mais pra 'mesário', se for msm levar ao pé da letra.. O diário virtual é um '.doc' chamado de "coisas, recortes e poesias"... ele surgiu da ideia de guardar as coisinhas q acho por aí.. mas como escrever td daria muito trabalho, dou apenas um ctrl C + ctrl V... de vez em qdo tb dou um ctrl X na minha cabeça e acaba saindo alguma coisa.. se é boa ou não só o tempo dirá.. hahha.. 
resolvi postar aqui as coisinhas (que nao tem nada de coisinha!).. talvez painho venha ler pois vou dizer p ele q tem músicas e análises de letras.. kkkk... mas essa de hj não é música, viu, pai?!

vou começar com um dos que mais gosto.. é de Adélia Prado, escritora mineira.. adoro o q ela escreve, é simples e cheio de graça. Esse é cheio de graça nos três sentidos.. haha :)







BRIGA NO BECO

Encontrei meu marido às três horas da tarde
com uma loura oxidada.
Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados.
Ataquei-os por trás com mãos e palavras
que nunca suspeitei conhecer.
Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei,
gritei meu urro, a torrente de impropérios.
Ajuntou gente, escureceu o sol, 
a poeira adensou como cortina.
Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura,
sem me reter, peixe-piranha, bicho pior, 
                                             [fêmea-ofendida, 
uivava. 
Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se.
Quando não pude mais fiquei rígida,
as mãos na garganta dele, nós dois petrificados,
eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos,
as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo
                                           [ graças. 
Desde então faço milagres.

                    
De Bagagem (1976)